Aos poucos a gente vai se conhecendo mais

Aos poucos a gente vai se conhecendo mais e mais, mostrando um para o outro as particularidades, os desejos, sonhos frustrados, contando de quem causou dor, mas de alguma forma nos fez crescer, dizendo sem medo de ser feliz sobre quem também passou por nós e de um jeito estranho ficou no peito como uma forma de aprendizado + carinho + torcida para que essa pessoa dê certo. De vento em popa a gente vai se sentindo mais livre para contar também dos nossos erros e o que um dia nos causou espanto ou até vergonha, a gente vai olhando para dentro do outro sem precisar de lupas, porque a gente consegue a passagem direta para estar dentro do coração desse alguém com quem compartilhamos não só a sintonia, mas a presença, o sorriso e a vontade de continuar junto. E nesse encontro que mais parece 'arranjo' da vida, seguimos no nosso 'ritmo', passamos a criar a 'playlist' perfeita que combina com a nossa 'dança' e assim, a 'trilha sonora' vai completando o momento e apimentando a relação. E, por sermos tanto uma mistura de fogo, como paixão - tal como a música do Wando, incendiamos a sala e partimos para o quarto e ali - naquela mistura dos meus sussurros quase silenciosos e as suas declamações mais longas, aprendemos a amar, a guardar cada detalhe através do toque - do dedilhar de mãos -, das pernas entrelaçadas, do suor do prazer, da suavidade de termos um ao outro. Deli - [cadamente] - ciosamente.
( Vitor Ávila )